O Grande Eclipse Solar Total de 21 de agosto de 2017
O aguardado e histórico eclipse solar total dos EUA, que acontecerá em 21 de agosto de 2017, promete ser um dos eventos astronômicos mais observados da história. Além disso, a sociedade, a comunidade científica dos EUA e de vários outros países pretendem observá-lo e obter dados para fundamentar pesquisas e experimentos. O fenômeno evidencia ainda, uma série de conceitos e temas relacionados a outras ciências, os quais ganham enormes proporções com a grande expectativa e chegada da data do eclipse solar total.
O fenômeno:
Um eclipse solar total ocorre quando a Lua passa exatamente entre o Sol e a Terra do ponto de vista de um observador localizado na superfície terrestre. A Lua, ao projetar sua sombra sobre uma pequena área da superfície terrestre, restringe a faixa de visibilidade desse tipo de eclipse, e assim, normalmente uma pequena proporção da população de um país, por exemplo, pode contemplar o fenômeno.
Os observadores que não estiverem localizados sobre a estreita faixa de visibilidade de um eclipse solar total, não verão o Sol ser coberto totalmente pela Lua, somente parte do disco solar será obscurecido, o que caracteriza um eclipse solar parcial.
A totalidade é um momento breve, que dura alguns minutos e nos confunde rapidamente. Como a luz do dia “calibra” nossos sentidos, com a mudança da insolação, os observadores que testemunham o evento pela primeira vez sentem-se “desorientados”.
Um fato notável a destacar em um eclipse solar total é a incrível coincidência cósmica, na qual o Sol é quase do mesmo tamanho aparente da Lua no céu! Embora o Sol seja cerca de 400 vezes maior em diâmetro do que a Lua, o Sol está coincidentemente 400 vezes mais afastado do que a Lua. Portanto, isso nos mostra o Sol e a Lua parecem ter o mesmo tamanho em nosso céu. Algo esplêndido e único!
Fatos históricos:
O eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 traz consigo muitos fatos históricos. Para os estadunidenses, em especial, o fenômeno foi por muitas vezes ao longo da história apreciado e registrado tanto por anotações, representações artísticas, notícias em jornais escritos e através das estações de rádio.
Um exemplo de registro histórico de um grande eclipse solar total foi em 8 de junho de 1918, o qual atravessou os Estados Unidos do estado de Washington até a Flórida. Esse caminho é aproximadamente semelhante ao eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 e foi a última vez que a totalidade cruzou esse país do Pacífico para o Atlântico. Ou seja, de costa a costa.
O Observatório Naval dos EUA enviou uma expedição para Baker City, Oregon que observou com sucesso o eclipse. Um artista, Howard Russell Baker, esboçou a corona e fez uma boa pintura do eclipse. Baker City também está no caminho do eclipse de 2017.
Com a modernidade tecnológica, um eclipse solar total obtém um alcance e repercussão inimaginável, tanto nacional quanto internacional! Atualmente, esse evento astronômico chegará às pessoas rapidamente em qualquer parte do mundo pela internet. Alguns exemplos que magnificam esse alcance são: através das publicações, interações e compartilhamentos nas diversas redes sociais; transmissões ao vivo por meio das plataformas e sites os quais suportam streaming de áudio e vídeo; sites de notícias, de conteúdo científico e ligado à Astronomia; e até outros que serão testados pela primeira vez exclusivamente para acompanhar o progresso desse eclipse solar total.
Sendo assim, esse tão aguardado fenômeno astronômico promete ser o mais acompanhado e assistido da história humana moderna!
As pesquisas, experimentos e a ciência presente nesse eclipse solar total:
Uma série de pesquisas e experimentos serão realizados no momento da totalidade. Durante o eclipse, em todo seu progresso, pretende-se envolver muitas equipes de cientistas dos EUA e de vários outros países. Há ainda, a realização e colaboração da sociedade através de projetos relacionados à ciência cidadã.
Exemplos de alguns projetos terão como objetivo:
- monitorar a variação térmica (temperatura) e barométrica (pressão) durante o progresso da passagem da sombra da totalidade sobre a localidade onde se manterá os experimentos.
- registrar através de astrofotografias solares o progresso da totalidade, para registro e análise da região chamada Corona ou Coroa Solar.
- detalhar o contorno da sombra da totalidade, Umbra, ao dispor experimentos em pontos específicos nas proximidades de um local central pelo qual a sombra demorará mais tempo. Esses experimentos visam a obtenção de dados que corroboram o mapeamento 3D da superfície da Lua pelo sonda orbital Lunar Reconnaissance Orbiter – NASA.
- sondar a reação das plantas e comportamento dos animais devido a mudança na insolação durante a ocasião da totalidade. Com isso, pode-se avaliar dados diversificados quanto aos aspectos de plantas e aves, por biólogos, por exemplo; e por meteorologistas, por exemplo, os níveis de luminosidade, radiação e anemometria (sentido, velocidade e intensidade) dos ventos.
- melhorar a nossa compreensão de como a energia solar é absorvida e refletida na atmosfera da Terra, conhecida como Estimativa de Radiação da Terra.
- estudar os efeitos do eclipse na atmosfera. Através de projetos de ciência cidadã, colaboradores observam como o eclipse altera as condições atmosféricas próximas e contribuem para um banco de dados acessado por estudantes e cientistas em todo o mundo.
- Transmitir ao vivo o progresso do eclipse solar total através de balões atmosféricos. Muitas equipes utilizarão câmeras à bordo de aparelhos que tanto transmitirão em tempo real a paisagem ao redor do ponto de lançamento, para demonstração da abrangência da sombra da totalidade; quanto para obter dados através de dispositivos incorporados à estrutura que subirá juntamente ao balão atmosférico.
Os principais conceitos e temas da Geografia ligados ao eclipse solar total:
Uma das ciências fortemente presentes no eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 é a Geografia. Conceitos por muitas vezes estudados e analisados, tanto no meio acadêmico quanto em nosso cotidiano, ganham destaque e evidência nesse evento astronômico.
Migração:
Um desses conceitos é relacionado ao intenso fluxo migratório para as cidades de onde será visível o eclipse solar no momento da totalidade. Muitas dessas cidades logo atraíram os olhares e interesses de muitas pessoas, sejam turistas, observadores da natureza, astrônomos amadores e profissionais, e muitos pesquisadores.
Com isso, essas cidades aumentaram bastante seu número habitual de visitantes, o que gerará um verdadeiro caos em muitas delas. A exemplo de comparação, o Departamento de Transportes do Colorado citou que alguns especialistas previram que até 600 mil pessoas irão ao estado de Wyoming, o que dobraria a população desse estado. Isso evidencia o inchaço repentino que muitas cidades sofrerão com a vinda desses visitantes.
Hotelaria:
Entretanto, a presença de turistas nessas cidades e estados norte americanos trarão contribuições à economia local. A rede hoteleira – incluindo hostels, pousadas e albergues – já confirma o preenchimento das vagas disponíveis em alguns e até vários meses de antecedência. Isso muito provavelmente trará ganhos significativos tanto àqueles com menor números de quartos disponíveis, quanto àqueles que previamente planejaram o oferecimento de muitas vagas, a partir das vantagens trazidas em relação ao eclipse solar.
Mobilidade:
A mobilidade é um fator que já vem ganhando discussão pela mídia. O trânsito de veículos promete ser caótico e congestionado principalmente nos dias às vésperas do fenômeno, embora muitos preveniram-se e já estão presentes nas cidades que favorecem à visibilidade do evento.
Outro dado importante a se destacar é o trânsito aéreo, ou seja, o grande fluxo de pousos de aeronaves naquelas cidades que possuem essa infraestrutura. A exemplo disso, o diretor do Aeroporto Internacional do Condado de Casper-Natrona, Glenn Januska, citou que “o aeroporto espera 167 vôos chegarem entre as 5:30 e as 11:15 da segunda-feira. Esse número é equivalente a um avião a cada dois minutos.”
Pesquisa científica:
A presença de muitos cientistas durante a observação do eclipse solar total é evidente e traz pessoas de diversos lugares e nacionalidades. Mas também há muitos pesquisadores e colaboradores de várias áreas da ciência. Não seria diferente com a Geografia. Muitos professores, geógrafos, geofísicos, climatologistas, e outros mais que poderiam ser citados, realizarão experimentos, exemplificarão conceitos e pesquisas in loco durante a ocasião da totalidade nesse eclipse solar total.
A obtenção de dados para fundamentar pesquisas já realizadas e até dados para projetos futuros também é um dos muitos objetivos dos cientistas das áreas ligadas à Geografia.
- Medições topográficas dos terrenos acidentados por onde passará a sombra da totalidade, ou mesmo corroborar esses dados com os já obtidos por experiências anteriores.
- Lançamentos de balões atmosféricos contendo dispositivos e sensores para análises e monitoramento das variações de temperatura, pressão, umidade relativa do ar, sentido e intensidade dos ventos, índice de luminosidade e fatores ligados às condições meteorológicas.
- Análise do fluxo migratório às cidades e estados que permitirão a observação do eclipse solar total. Esse estudo abrange a análise do deslocamento de veículos através das estradas e rodovias; vias aéreas pelo fluxo de aeronaves; e os processos logísticos envolvidos e exigidos durante a permanência das pessoas nas cidades.
Fontes e Informações Adicionais:
https://www.greatamericaneclipse.com/
https://www.greatamericaneclipse.com/20th-century/
https://eclipse2017.nasa.gov/science
https://eclipse2017.nasa.gov/
http://www.denverpost.com/2017/08/18/eclipse-traffic-gas-stations-colorado-migration/
Ótimo conteúdo!
Essas informações podem ser parcialmente aproveitadas para que vai assistir ao eclipse do próximo dia 2 de julho.
Olá Paulo Oliveira! 😃👍🏻
Agradecemos bastante pelo reconhecimento ao conteúdo! 😊🙏🏻
Isso mesmo, as informações podem ser úteis para o referido fenômeno. 😉👍🏻